Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.
Assim profere Rubem Alves ao começar uma reflexão na qual sempre escolhi participar: escolas que se sustentam da aparência versus escolas que fazem essência. E as escolas que aqui menciono não somente são aquelas que sugerem uma didática, conteúdos sólidos; mas todas aquelas que, de algum modo, colaboram para a construção o ser humano.
Escolas-gaiolas, como diz o poeta do pensamento que usei para começar este texto, são aquelas que se contentam com os comentários externos. Visto de fora é tudo mais belo: pessoas inteligentes e de bom intelecto são exemplos a serem seguidos, não é mesmo? Nem sempre. O conteúdo pessoal vai além das exatas. Ser humilde, humano, empenhado e pró-ativo são qualidades indispensáveis, tanto na formação intelectual quanto na formação pessoal. Mas não se preocupam com isso as escolas-gaiolas. O que formam em suas dependências são robôs cabisbaixas com opiniões restritas, que podem ser mal-educados, calculistas, frios e sem coração, mas vão muito bem no vestibular.
Mas há também as escolas que são asas. Essas, por vez, têm o compromisso com a sociedade de formar seres pensantes, opinativos, expressivos. Escolas que preocupam-se com valores morais, relações pessoais, ampliação de visão em escala mundial. São escolas que formam, acima de tudo, seres humanos. Artistas de seu longa-metragem. Protagonistas da vida real. Falo do teatro: aquele que tão exclusivamente é capaz de formar amantes da vida, botar máscaras e, ao mesmo tempo, conseguir desmascarar falsos testemunhos. A dramaturgia é forma de se expressar, dar voz aos mudos, fazer ouvir os “pseudo-surdos”. Dar asas aos homens.
A diferença entre essas duas escolas está unicamente na maneira de agir: listar prioridades, cumpri-las ou não. O resultado? Ele está por aí, andando pelas ruas, dando a cara à tapa: o cidadão. Enjaulado ou voando.
Juliana Colombo
Assim finalizo agradecendo ao Colégio Madre Bárbara: Obrigado por ser asas.
Gente que sabe escrever é outra coisa né, povo.
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